Viagens e Aventuras

Uma viagem ao Peru – mochilando até Machu Picchu

Texto por Sandro Mackenzie – Fortaleza – CE

Fala Galera!!!

No dia 17 de julho de 2012 saímos (Eu e Karine, minha esposa) de Fortaleza – Ceará com destino ao Peru, destinados a encararmos a rota Fortaleza – Rio Branco – Iñapari – Puerto Maldonado – Cusco – Machu Picchu e Vale Sagrado num estilo bem mochilão mesmo, destinado a novas descobertas.

Depois de vários contatos e dicas de pessoas que fizeram esse trajeto, e valiosas dicas do Mario Nery aqui do Trekking Brasil, pegamos um voo de Fortaleza 06:00 da manhã e chegamos às 12:45 da tarde em Rio Branco no Acre, o desafio agora seria chegar em Brasiléia pois já estava tarde, pegamos um táxi e fomos até a rodoviária. Felizmente conseguimos uma lotação em um outro táxi até o próximo destino que seria Brasiléia no valor de R$ 50,00 por pessoa, fechamos e partimos as 15:00 hs (16:00hs em Fortaleza), o motorista meteu os pés na estrada 120-130 km/h, e conseguimos depois de 03 horas chegar em Brasiléia e pegar outro táxi (lotação a R$ 25,00 por pessoa) para Assis Brasil, última cidade do Acre na fronteira Brasil-Peru, chegando em Assis paramos na fronteira para pegarmos os vistos de saída do Brasil ainda a tempo pois as autorizações na fronteira com o Peru encerram-se as 20:00 hs.

fronteira

Divisa entre o Brasil e o Peru

Depois de autorizados o nosso motorista nos deixou no próximo ponto de táxi agora com destino a Iñampari, pegamos a lotação de um peruano em Iñampari com destino a Puerto Maldonado (35 Soles por pessoa), mais uma paradinha para pegar os vistos de entrada no Peru e um rápido câmbio para as despesas do táxi até Puerto Maldonado, em frente a fronteira do Perú existem uns comerciantes que fazem câmbio de Reais para Soles (moeda local), ou Dólar para soles, o lance é ficar esperto para não receber notas falsas o que é comum na região. Depois disso foi seguir em direção a Puerto Maldonado, estradas bem sinalizadas e em condições bem melhores que as do Brasil (incrível), No percusso o motorista peruano para e põe mais um casal de peruanos no porta malas em cima de um colchão e assim seguimos viagem. Mais a frente passamos por uma fiscalização da polícia peruana (a noite existem muitas fiscalizações na estrada) achávamos que daria problema por que o carro estava com duas pessoas no porta malas, mas que nada! O guarda apenas olha com uma lanterna apontada na sua cara e pergunta: de onde vem e para onde vai, depois disso é que sacamos que no Peru onde couber pessoas no carro pode colocar (risos), muito louco!

Chegamos as 23:30h em Maldonado (01:30 da manhã em Fortaleza), e ficamos na Hospedaje Tres Fronteiras para passar a noite, 70,00 soles o quarto para casal com água caliente (quente) o que era fundamental!

Peru

Karine e Sandro Mackenzie em Maldonado

Na manhã seguinte seguimos para o Terminal de ônibus compramos as passagens para Cusco e aguardamos a saída do ônibus que seria as 10:00h, o percurso tem um total de 10hs de viagem em meio as montanhas peruanas com abismos de grande altitudes e curvas bem sinuosas onde em alguns pontos você pensa que o ônibus vai fechar um circulo ou até mesmo virar e descer o penhasco. A estrada é bem estreita, com várias paradas na estrada por motivo de manutenção, retirada de pedras que deslizam da montanha… Realmente uma adrenalina e tanto! Mas como fomos para se aventurar e no estilo bem mochileiro foi maravilhoso o trajeto (para mim pelo menos, risos), a Karine teve alguns probleminhas como enjoo, dor de cabeça (mal da altitude) devido as muitas curvas, o mal estar deu uma aliviada em uma das paradas que seria para o almoço, em um vilarejo o qual não lembro o nome agora (risos), onde havia uma peruana aos gritos apressando o pessoal para se alimentarem, naquele alvoroço todo decidimos tomar uma sopa com ervas.

Chegamos a noite em Cusco pegamos um táxi do terminal e fomos para o Hostal Samanapata 80,00 Soles por pessoa, quarto com duas camas – sendo uma de casal e outra solteiro, água caliente e desayuno (café da manhã), aí vem a primeira decepção… Na hora de tomar banho cadê a água??? Eles faziam uma espécie de racionamento de água, que descobrimos logo depois de conhecermos três brasileiros que estavam hospedados na mesma rua em um outro hotel, no deles a água era direto… O cara da recepção tinha nos falado que a água em Cusco a noite não tinha pressão para subir a caixa e acreditamos…

Na manhã seguinte o termômetro marcava -5º é nessa hora que as folhinhas de coca fazem a diferença, tomamos o café que passa longe mais muito longe mesmo do café brasileiro e o pão nem se fala acho que devido a temperatura o café permanecia pouco tempo quente. Depois do café descemos e falamos com a esposa do dono do hotel que estava na recepção e fechamos o pacote para Machu Picchu 130,00 $ por pessoa, incluso van, alimentação, hospedagem e trem de volta até a Hidrelétrica e a van até Cusco, fomos conhecer um pouco da cidade: comércio, lojas, mercados… (Igrejas, Museus e Centros Culturais são pagos)

Cusco

Uma das monumentais igrejas de Cusco!

No dia seguinte a van nos pegou no Hotel e partimos com destino a Machu Picchu mais 8:00 hs de estrada pavimentada, depois carroçal (estrada de terra) e novamente asfaltada na subida da montanha, com belas paisagens e um certo tipo de encantamento. Não sei porque, não se consegue uma foto perfeita, seja por uma árvore que surge de repente na frente da lente ou por uma montanha que cobre a visão, novamente abismos e deslizamentos de pedras, e tome adrenalina e muita folha de Coca para mascar e aliviar os efeitos da altitude!!!

vestimentas típicas no Peru

Uma mulher com as roupas típicas peruanas, chapelão, saia e um pano que elas usam como sacola

montanhas peruanas

Uma das muitas montanhas peruanas com suas neves e histórias

No meio do percurso mais uma parada extra para trocar o pneu da van, enquanto isso uma pausa para contemplação da natureza e mais fotos (risos).

Uma parada para troca de pneu na van e nós aproveitamos a paisagem para fazermos umas fotos!

Pneu trocado é hora de seguir viagem, todos na van e mais curvas e penhascos gigantescos, uma parada para o almoço em um restaurante na estrada e logo depois seguimos viagem rumo a Hidrolétrica.

cachoeira de dentro da montanha

Numa parada da estrada a famosa cachoeira que sai da montanha, debaixo da estrada

Chegamos a Hidrolétrica as 15:00h (hora local) no ponto final das vans, existem duas opções para se chegar a Machu Picchu: de trem 20 minutos no máximo, ou caminhando três horas pela trilha, escolhemos a trilha e partimos para Machu Picchu, em um grupo de brasileiros e chilenas que conhecemos na van.

caminhada

Trilha até Águas Calientes

A trilha que leva a cidade é bem tranquila sempre seguindo a linha do trem, clima agradável, belas paisagens algumas encantadas como disse antes, passamos por dois tuneis já no escurecer, onde a visão é zero e como não levamos lanternas usei o flash da câmera.

linha do trem

Em um dos momentos durante a caminhada ao longo da linha do trem

Karine durante a caminhada

Lá vem o trem…

Chegamos a cidade e fomos procurar o Hostal Choquequirao onde ficaríamos hospedados, após encontrar o hotel e aguardar a desorganização dos guias, fomos para o quarto deixar as bagagens e tomar um banho, o lugar não era essas coisas todas não, a roupa de cama era uma só e parece q eles não trocavam de um hospede para o outro, sem contar a toalha que era uma para todos do quarto, certamente a que nos deram virou pano de chão para enxugar o banheiro (risos).

As 8:00pm fomos para o restaurante onde seria servido a janta e entregue os bilhetes de trem e as entradas para a cidade sagrada de Machu Picchu. A recomendação do guia para quem fosse fazer a trilha a pé era de sair às 04:30 da manhã.

Quase lá!

As 04:30am já estávamos de pé para o desayuno, tomamos o café e fomos para a estação rodoviária, uma fila enorme já estava formada para o embarque, mas era rapidinho! Saia ônibus um atrás do outro, era só acomodar todos sentados e partir.

Chegando no Vale Sagrado é conferida as entradas e documentos e em seguida liberado o acesso. Lembrando que só é permitido entrar com uma mochila pequena de no máximo 30 litros e não é permitido consumir nenhum tipo de alimento dentro de Machu Picchu! Os bastões de caminhada tem que ter a borracha de proteção na ponta, senão tiver eles ficam guardados em uma sala para serem entregues na saída.

Machu Picchu (em quíchua Machu Pikchu, “velha montanha”), também chamada de “cidade perdida dos Incas” é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude que guarda seus mistérios e segredos, algo que só estando lá para entender um pouco mais sobre os Incas e talvez nunca entenderemos tudo, fantástico!

A cidade sagrada dos Incas

Finalmente a cidade perdida dos Incas, Machu Picchu

cidade sagrada dos incas

Sandro e Karine em Machu Picchu

No retorno para a cidade decidimos fazer a trilha a pé, algo em torno de uma hora e meia, escadas e mais escadas… Enfim chegamos, pegamos nossas bagagens e partimos para o embarque no trem até a hidroelétrica algo em torno de 10 a 15 minutos, pois o trem faz várias paradas – não sei por qual motivo.

Imagem das ruínas da cidade sagrada dos Incas

Objetivo alcançado, agora é voltar e pensar no próximo destino!

Após desembarcar na Hidroelétrica aguardamos nossa van chegar para nos levar de volta a Cusco, enfim embarcamos na Van as 14:45h e chegamos em Cusco as 21:40h, fomos para o hotel tomar um banho e descansar. A surpresa é que quando chegamos no Hostal SAMANAPATA cadê a água?? Desci umas três vezes até a recepção para reclamar, não havendo nenhum acordo fui lá fora e abri o registro de água que ficava na calçada para encher a caixa e podermos tomar banho (risos).

O Peru é um país realmente incrível, com seu mistérios e belezas inexplicáveis, valeu apena esse contato com peruanos, chilenos, argentinos e brasileiros no Peru!!!

Quero agradecer a todos que apoiaram a ideia e também ao Mario do TrekikingBrasil.com, como relatei no inicio, por suas preciosas dicas. Agora é programar o próximo mochilão com destino a Bolívia e Chile!!!

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NOTA DO MARIO: muitas dicas podem ser lidas nestes artigos aqui do site: Dicas para planejar seu mochilão

Trekker, montanhista, mochileiro e ciclista. Pratica esportes outdoor desde 1990. Apaixonado por equipamentos, fotografia, viagens, ciclismo, cerveja e tecnologia.

9 Comentários

  1. Que legal Sandro e Karine! Acreditam que fiz este trajeto exatamente no mesmo dia que vocês????
    Uma aventura e tanto!

    1. Q legal Roberta, espero q tenha gostado tb, já estamos se programando para Bolivia!!! Abs

  2. Fala aê Mario ! Super bacana sua trip ! Daqui a uma semana também vou fazer esse mesmo roteiro e queria tirar uma duvida com você .O táxi de Brasiléia já deixa no ponto de táxi que vai pra Puerto Maldonado ou eu ainda vou ter que pegar um outro táxi pra me deixar em Iñapari ? E quanto é o custo desse táxi ?
    Obrigadooo!!

    1. A trip não é minha não! É do Sandro Mackenzie! Vou avisar a ele para que ele providencie as respostas pra rapaziada! Abs!

    2. Fala Gilberto Martins, Kra vc pega o taxi de Rio Bco até Brasileia e ele te deixa em outro ponto de táxi para Assis Brasil(fronteira c/ Peru) o motorista te leva até a fronteira espera vc pegar os visto de saída do pais e te leva até outro ponto de taxí(agora peruano)vc pega um taxi peruano, que te levará até a fronteira peruana para vc pegar o visto de entrada e leva vc até o seu destino.
      Assis Brasil é a ultima cidade brasileira atravessando a ponte vc já estará em Iñapari primeira peruana.

      Valores:
      Rio Bco até Brasileia R$ 50,00 (03hs de viagem)
      Brasileia até Assis R$ 25,00 (02 hs de viagem)
      Assis -Iñapari- Puerto Maldonado 40 Soles (03 hs de viagem)

      *Esses valores são em sistema de lotação, vc tem que esperar aparecer mais gente pra rachar o taxi, ou se quiser ir sozinho vc pode fretar, mas o valor vai para 300,00 R$.
      **Tanto do lado brasileiro como do lado peruano os taxistas adotam este sistema!!

      Qualquer coisa chama aê blz!!

  3. Sandro, Tudo bem? Gostei das suas informações preciosas para quem como eu esteja pensando em fazer esta viagem, muito bacana por sinal!
    Tenho uma dúvida no que respeita ao táxi-lotação, saindo de Rio Branco para Brasileia, no meu caso no meu planejamento, meu voo esta previsto chegar em RBR as 14:05 e pretendo pegar o voo da Starperu no dia seguinte as 11:45 por tal motivo terei que estar no aeroporto de Puerto Maldonado antes das 09:30. Pregunta!
    Na sua visão, terei condições objetivas viáveis de pegar um táxi-lotação fácil e fazer praticamente o mesmo percurso que você fez, e chegar em Puerto Maldonado as 23:30? ou, foi sorte sua conseguir esse táxi-lotação para Brasiléia? Quanto pagaste pelo táxi ate a rodoviária?
    Obrigado.

    1. Victor, a sua hora de chegada vai estar um pouco adiantada e corre o risco de não conseguir chegar a fronteira a tempo… taxi vc consegue facil, o maior problema em relação ao seu horário de chegada em RBR é pegar a fronteira ainda aberta para receber os vistos de saída(Brasil) e de entrada no lado Peruano o que ficaria para o dia seguinte. Taxi do aeroporto até a rodiviaria em torno de 40 min é mais ou menos 80,00 R$ outra opção é pegar um onibus q vai do aeroporto até o terminal e de lá seguir para a rodoviaria…Então..pode correr o risco de não pegar o voo a tempo em Puerto.

  4. Prezados

    Curiosidade: As vestimentas das mulheres peruanas ou das outras da região, que pena, não são tipicas, originarias do povo, mas, imposição e ordens do colonizador. Claro, pense, por serem aborígenes, certamente, assim com nossos antepassados indígenas, também cultivavam suas vestes- ou não. Nudez e sacanagem é tão somente oriunda de mentes poluídas.

  5. Olá gente!
    Primeiramente parabenizo pelo trabalho que fiz em ajudar aos brasileiros que desejem conhecer Machu Picchu, quem escreve é um amante da cultura brasileira e graças a deus já teve a sorte de morar no Brasil por um bom tempo, agora voltei ao Peru – Cusco para mostrar a todos os brasileiros que desejem conhecer a terra dos incas.
    Se alguém deseja algumas dicas e recomendações pra a sua viagem, sera tudo um prazer ajuda-los em realizar o sonho de conhecer Machu Picchu Cusco, Lima, Lago titicaca, Arequipa, Nazca, Paracas, Puno, Trujillo e outros destinos que ainda não foram explorados pelo brasileiros.

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