Texto de autoria de Luiza Campello, cedido para o Trekking Brasil
Luiza Campello é uma das responsáveis pelo site Fui Acampar
Estar fora dos padrões de tamanho é um problema geral enfrentado por muitas pessoas. Algumas são mais altas, outras mais gordinhas e tem também aquelas que são pequenas, menores que o padrão social. No dia-a-dia cada um cria seus artifícios para minimizar as diferenças, mas comprar alguns produtos e roupas é um eterno desafio! O mesmo podemos dizer para a compra de equipamentos e vestuário de aventura.
Comprar vestuário é um problema constante para pessoas pequenas, roupas de adulto costumam ficar grandes e roupas infantis, dependendo da modelagem, ficam inadequadas para serem usadas por um adulto. No aspecto “tamanho” as marcas como e Solo, Curtlo possuem uma vantagem indiscutível: no seu site todas as roupas possuem uma excelente tabela de larguras e comprimentos! Essa simples atitude de fornecer medidas exatas de cada produto facilita muito a compra, principalmente pela internet. Algumas marcas de roupas de aventura trabalham como tamanho PP o que facilita bastante para encontrar alguns produtos. No entanto para calças por exemplo, de uma maneira geral o tamanho PP não é tão pequeno e algumas ainda tem o cós altíssimo (para mulheres). A marca que trabalha com ótimas calças/bermudas menores que o tamanho padrão é a MTK. Para roupas tipo segunda pele tanto a Solo como Curtlo além de possuírem tamanho PP ainda trabalham com a linha infantil. Enfim para cada tipo de vestuário que se quer comprar é preciso uma ampla pesquisa em busca de marcas que produzam o que se quer, em um tamanho que sirva para a pessoa.
No que diz respeito a mochilas para grandes viagens, existem algumas poucas opções de cargueiras pequenas. As duas menores da Curtlo tem 35+5L (uma delas com design feminino) e são ótimas até mesmo para grandes viagens, mas o tamanho da mochila é sempre muito relativo. A pessoa pode ser pequena e mesmo assim querer carregar muita coisa consigo. Como a maioria das mochilas são bastante ajustáveis isso facilita para adequar a mochila ao corpo da pessoa.
Agora, com relação a calçados, se você calça 35, 34 ou menos, você realmente vai ter dificuldades para encontrar uma bota de trekking. Em teoria algumas marcas trabalham com numeração a partir do 34, mas na prática encontrar uma dessas é como encontrar a cabeça de uma agulha dourada em um palheiro. E ainda que você encontre, será um ou outro modelo, não haverá muitas opções para escolha. Comprando virtualmente pode ser mais fácil conseguir encontrar o modelo, mas ficam as ressalvas para a compra deste tipo de equipamento sem experimentar. Agora se você realmente calça menos que 34, sobra apenas uma opção de marca, a Bull Terrier, que possui uma linha infantil de tênis e botas de trekking a partir do número 27. No entanto certamente que a linha infantil não oferece as características das botas produzidas para adultos, pois, geralmente, um sapato infantil tem uma vida útil curta já que o pé cresce. Tão pouco será possível encontrar uma bota com tecnologias que permitam uma melhor respiração, maior resistência ou mesmo que sejam impermeáveis. É preciso ficar com uma bota “básica”. De qualquer forma, a Bull Terrier é uma opção que existe e é relativamente fácil de ser encontrada.
O problema das botas de trekking se repete para outros calçados: quem quiser comprar uma sapatilha de escalada, por exemplo: o menor tamanho que é encontrado regularmente para venda aqui no Brasil é o 34 o mesmo vale para os Five Fingers (não se encontra aqui tamanho menor que 34). Fora do Brasil sim você encontra opções abaixo dos 34.
Podemos entender que para as marcas é complicado fazer produtos fora do padrão, porque a quantidade de pessoas que irá comprar provavelmente não compensa. Para pessoas pequenas o problema seria parcialmente resolvido com produtos infantis. Mas por uma questão cultural, aqui no Brasil as crianças não estão suficientemente inseridas no mundo das atividades outdoor. A realidade em alguns outros países é bastante diferente e existem equipamentos para crianças e com tecnologia semelhante à dos adultos.
Para que tivéssemos aqui no Brasil mais opções de tamanhos diferenciados, uma alternativa seria que os representantes de marcas internacionais buscassem trazer esses produtos para o cá, para suprir essa deficiência. Mas será que alguém ou alguma marca já se deu conta de que existe esta lacuna no mercado de esportes de aventura? Deixamos aí esse questionamento.
Por Luiza Campello
Luiza Campello é uma das responsáveis pelo site Fui Acampar
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