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Reel Rock Tour 7 – Rio e São Paulo

Criado por dois produtores e diretores de filmes de aventura – Josh Lowell e Peter Mortimer – que já ganharam prêmios em diversos festivais internacionais de filmes e prêmios de instituições de mídia, o Reek Rock Tour é um festival de filmes de esportes outdoor que nasceu em 2006 depois da experiência positiva dos seus organizadores em trabalhos menores e individuais. Felizes com a resposta da comunidade outdoor os produtores lançaram o festival. Em 2011 o Reel Rock foi realizado em mais de 280 locais diferentes ao redor do mundo, atraindo mais de 65 mil espectadores para a exibição de filmes focados em montanhismo e escalada.

festival de filmes reel rock tour

Esse ano chegou a vez do Brasil entrar na lista do evento. Contaremos com duas edições que acontecerão no Rio de Janeiro e em São Paulo, em novembro, respectivamente nos dias 06 e 08. No Rio de Janeiro o evento acontecerá no Espaço Itaú de Cinema Botafogo (Praia de Botafogo, 316 – Botafogo), já em São Paulo o local da exibição será no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca (Rua Frei Caneca – Shopping Frei Caneca). Em ambas as exibições o horário de início está marcado para 21:30. As informações sobre os ingressos podem ser obtidas neste artigo do Blog de Escalada.

Por falar em ingressos, o valor de R$ 20,00 está mais do que acessível para os amantes dos esportes de montanha, um valor justo para a exibição de filmes com ótima qualidade de produção. A edição paulista do Reel Rock conta com a organização do Blog de Eslacala. O Luciano Fernandes concedeu uma entrevista para o TrekkingBrasil para falar um pouco mais sobre como está sendo a experiência de organizar um evento de nível internacional pela primeira vez no Brasil. Confiram:

Como surgiu a ideia de trazer o Reel Rock ao país? Você gosta bastante de filmes de montanha e tem uma boa seção de resenhas de filmes no Blog de Escalada, a decisão partiu dessa paixão ou o contato veio de fora?

Luciano Fernandes: A paixão pelo gênero de filmes outdoor pesou muito na insistência e determinação para trazer o evento para o Brasil.

A ideia surgiu mais ou menos na época em que fiz um curso de roteiro e crítica de cinema aqui em São Paulo. Em uma conversa com uma amiga que é profissional na área de realização de eventos de cinema (ela organizou entre outros o festival de curtas de São Paulo) ela levantou a ideia enquanto eu descrevia empolgado do que era o Reel Rock.

A partir desta conversa e dos pontos que ela ponderou, vi que era possível sim trazer o evento ao Brasil. Este e muitos outros. No ano que tentamos trazer não houve nenhum patrocinador que se animou em trazer o evento para São Paulo. Mesmo sendo em um evento para 100 pessoas e um aluguel de sala de cinema muito em conta. Porém deu para perceber quais empresas e marcas se interessaram pela ideia, o que foi muito importante.

No ano passado os direitos para a América do Sul foi cedida a um representante único, que é residente no Chile. Na época ele tinha a ideia de realizar no inicio deste ano, quando já inclusive a venda do DVD estava acontecendo. Para esta ideia eu não animei, e não levei em frente. Tanto que a ideia não vingou.

Porém após o anúncio dos filmes da edição deste ano fiz os contatos e esforços necessários para a realização do evento. Vou confessar não foi fácil, e muitas vezes pensei em desistir.Durante o processo fui pessoalmente às salas de cinema e conversei com os representantes para que tivesse todo o orçamento definido para o detentor dos direitos mostrar para os patrocinadores.

Quando recebi a resposta da sala de cinema, que é o Espaço Itaú de Cinema , pude ter a certeza que o festival aconteceria.

O Reel Rock é um evento internacional com tanto destaque quanto o Banff Festival, como está sendo a experiência de organizar um evento desses aqui no Brasil?

LF: Organizar um evento é sem dúvida uma grande dor de cabeça.

Porém uma coisa é certeza : há de ter determinação e muito sangue frio. Não se pode perder em vaidades, e sim focar no objetivo que é fazer o evento ser realizado.

O segredo para deixar de ser sonho é antes de tudo ter o desejo de prestar um serviço à comunidade de montanha , não querer obter vantagens com isso. Mas posso garantir que perdi algumas horas de sono fazendo trabalho extra por conta do evento. Já posso garantir de antemão que valeu a pena. Pois o meu objetivo foi realizar um evento de qualidade, e acredito que vai ser.

Neste primeiro ano teremos duas exibições do festival, uma no Rio de Janeiro e uma em São Paulo, o Blog de Escalada será o responsável pela organização de ambas?

LF: Na verdade sou o responsável somente pela organização do evento na cidade de São Paulo. Para o Rio de Janeiro somente colaborei na negociação com uma sala de cinema, impressão de cartazes e confecção e impressão de ingressos.

A parte de divulgação e boca a boca no Rio de Janeiro não fiz. Acredito que o público do Rio de Janeiro irá comparecer como sempre faz em eventos de escalada.

Em São Paulo fiz questão de ter tudo centralizado em mim. Fiz questão de conversar com pessoas também determinadas a trazer um evento de qualidade e de relevância do gênero, o que não acontece na cidade desde o último Festival de Filmes de Montanhas a cerca de 10 anos.

Tendo casa cheia para estes dois lugares já posso adiantar: a possibilidade de levar para Curitiba e Belo Horizonte são grandes.

O mercado de filmes de montanha no Brasil tem um potencial interessante ao meu ver, e o sucesso dessas edições do Reel Rock pode atrair a atenção de produtoras para a comercialização de filmes aqui no país ou mesmo para uma maior atuação local, produzindo material aqui mesmo. Como você vê essa possibilidade de termos mais visibilidade no mercado internacional de produções de montanha?

LF: O Mercado de filmes outdoor no Brasil ainda está engatinhando. As produções realizadas por aqui ainda estão engatinhando se compararmos com as internacionais. O Reel Rock é a prova disso.

Quanto mais festivais, com filmes inéditos e de relevância no mercado, maior será a procura do público. Porém é importante realmente serem filmes interessantes e inéditos. Por interessantes entenda que sejam filmes em que haja roteiro, pós produção e principalmente qualidade e duração.

O Reel Rock possui tudo isso, e assim seguramente irá chamar a atenção até de quem não é ligado à montanha mas gosta de cinema. Hoje os filmes outdoor são um nicho pouco explorado no Brasil e com mercado promissor.

Existem planos de trazer o festival novamente ano que vem para o Brasil? O pais é carente desse tipo de programação específica, basicamente temos grandes festivais focados somente no eixo Rio-São Paulo, como acontece com o Banff e o Rocky Spirit, como você vê isso?

LF: Para haver público cativo a necessidade é de que haja filmes inéditos e não lançados na Internet ou DVD. Por enquanto somente o Banff fornece este tipo de requisito. Os demais são tentativas de realizarem eventos com o claro intuito de obter vantagem e visibilidade. O público percebe este tipo de espírito.

O Reel Rock se assemelha ao Banff por entregar ao público filmes que são de verdade lançamentos, e visa resgatar aquele sentimento gostoso de que é ir ao cinema para ver o nosso esporte retratado.

Caso a casa esteja cheia para este ano, seguramente o ano que vem o evento será ampliado no Brasil. Isso eu pessoalmente prometo tentar levar a lugares como Curitiba e Belo Horizonte que possui um público de montanha respeitável.

Porém outras pessoas também podem fazer o evento acontecer, para isso meu conselho é determinação em fazer o evento acontecer e com qualidade. Importantíssimo é desvincular qualquer tipo de interesse político ou financeiro. Retorno haverá, mas não vai ser em curtíssimo prazo.

Muito por isso que empresas se desestimulam em apoiar eventos em que o retorno não é estritamente monetário. Se alguém de outro centro entrar em contato comigo terei o prazer de procurar trabalhar com ela e fazer mais exibições no ano de 2013.

Importante frisar que as edições de 2013 de São Paulo e Rio de Janeiro já estão praticamente confirmadas.

Trekker, montanhista, mochileiro e ciclista. Pratica esportes outdoor desde 1990. Apaixonado por equipamentos, fotografia, viagens, ciclismo, cerveja e tecnologia.

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