Nanga Parbat – 10ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha Banff Rio – Dia 3

O terceiro dia da 10ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha Banff foi dedicado a apenas um filme, o longa alemão Nanga Parbat. Lançado em janeiro de 2010 o filme conta em 100 minutos a história dos irmãos Messner – Reinhold e Günter – e de uma tragédia que aconteceu em 1970 durante uma expedição ao Nanga Parbat, montanha de 8125m de altitude situada na região do Himalaia, em território paquistanês.

O filme mostra parte da juventude dos irmãos Messner e um pouco do estilo desregrado e ambicioso deles enquanto jovens escaladores, uma ótima forma de conhecer um pouco mais sobre a história deste grande montanhista – apesar de que o filme não entra em muitos detalhes da vida dos Messner.

Nanga Parbat fala de paixão, de atos de liberdade – o que para alguns pode soar como loucura – bem como mostra a ganância pela glória. O filme é uma verdadeira aula sobre como funcionava o sistema de expedições patrocinadas na época e a disputa dos países para saber quem ia levantar primeiro a sua bandeira em algum cume de escalada extrema. Me lembrou muito algumas cenas de “Touching the Void” e questões abordadas no livro “No ar rarefeito”.

O longa lotou as duas sessões no Cine Odeon, assistimos as 19:00 horas e quando saímos por volta das 21:10 a fila já estava enorme lá fora. O nome de Reinhold Messner realmente consegue mover muitos montanhistas ao cinema, ainda que debaixo de alguma chuva. A história trágica desta escalada e o fantasma do Nanga na cabeça de Reinhold foram muito bem retratados pelo filme.

Günter Messner morre durante a dolorosa descida do cume do Nanga Parbat em um incidente causado por um erro e pelo ato impensado de dispensar alguns equipamentos durante um ataque ao cume no qual ele seguiu Reinhold por não aceitar que o irmão levasse a fama sozinho – e isso tudo não foi em busca da primeira conquista da montanha, era uma nova via, mas não era um cume inédito. Ela já havia sido conquistada em 1953, por Hermann Buhl.

Foi palco de algumas das escaladas mais extremas da história do montanhismo, a começar por sua conquista em 1953, em solo por Hermann Buhl na face norte, a primeira ascenção da face Rupal (sul) em 1970 pelos irmãos Günther e Reinhold Messner, passando também pela escalada solo de Messner, abrindo a Face Diamir (Oeste) em 1978 e a mais recente escalada em estilo alpino de Vince Anderson e Steve house no Pilar Central da face Rupal. Fonte: Rumos.net
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Mais sobre o Nanga pode ser encontrado no iMontanha.com

Gostei muito deste formato da mostra, seria muito bom poder ter um longa exibido assim todo ano, nós aqui no Brasil sofremos um problema sério com a dificuldade de encontrar por aqui os filmes de montanha lançados lá fora. Pouquíssimas produções estão a venda no mercado nacional. Se a mostra continuar a trazer filmes como o Nanga Parbat todo ano e despertar a atenção das produtoras internacionais pode ser que no futuro seja mais fácil achar em nossas prateleiras algumas produções de montanha do mercado internacional. Além de um ótimo filme o Nanga Parbat pode ter sido o começo para que as produtoras estrangeiras olhem para o mercado brasileiro, inclusive produzindo por aqui, a exemplo de alguns dispatches do Cedar Wright na Serra do Cipó.

Vou deixar vocês com um outro trailer do Nanga Parbat que eu achei no You Tube, em alemão:

O que rola no domingo???

O último dia da 10ª Mostra Internacional de Montanha vai apresentar 10 filmes da Mostra Bannf World Tour divididas em duas sessões, uma as 18h e outra as 20h. Ciclismo, snowboard, escalada alpina, escalada indoor, speed flying, mountain bike e dois filmes da famosa série “First Ascent” da produtora Sender Films. Um deles, chamado “First Ascent: Alone in the wall” foi premiado como melhor filme de alpinismo no Festival de Trento na Itália… Já deu para ter uma idéia do que será a última noite do festival, mas para clarear ainda mais a sua mente que tal um trailer do “Alone in the wall”?? Nada como relaxar encarando o big wall Halfdome sem cordas!!!