Viagens e Aventuras

Mochilão Bolívia 2011 – Potosi, a caminho de Uyuni

Potosi, cidade das minas de prata e estanho na Bolívia! Uma cidade situada a cerca de 4000 metros de altitude, um prato cheio para aquelas pessoas que se sentem mal com a altitude… Potosi é uma cidade feia, me desculpem a sinceridade, mas é a verdade. Ao chegar de ônibus vindo de Sucre é possível ver barrancos cobertos de lixo, a população não respeita muito o espaço e acaba jogando o lixo nas encostas que circundam a cidade, porém Potosi é uma cidade obrigatória na rota de quem deseja chegar ao salar de Uyuni pelo caminho via Santa Cruz de la Sierra – o mais normal entre os mochileiros brasileiros.

Pão recheado com queijo na estrada entre Sucre e Potosi

A Elque não podia ver comida na estrada... Pão recheado com queijo...

Potosi Bolívia

Potosi, cidade das minas de prata e estanho na Bolívia - Foto: Wikipedia

Saímos de Sucre através do terminal rodoviário da cidade, que mesmo sendo pequeno é bem organizado (para os padrões bolivianos) e conta com sinal Wi-fi liberado na parte de baixo do terminal, onde ficam as plataformas. O ônibus atrasou um pouco mas nada de absurdo. Diferentemente do trecho entre Santa Cruz e Sucre, a estrada entre Sucre e Potosi é melhor que muitas estradas brasileiras! E tem uma vista incrível das montanhas próximas de Potosi – sente do lado direto do ônibus! A passagem custou 17 bolivianos.

Montanhas na estrada entre Sucre e Potosi

Montanhas na estrada entre Sucre e Potosi

Uma das surpresas da viagem é um castelo rosa com direito a ponte levadiça e tudo mais! Que fica na beira do que parece ser o leito de um grande rio seco. Excentricidade pura!

Castelo na estrada entre Sucre e Potosi, Bolívia

Castelo na estrada entre Sucre e Potosi, Bolívia

É bem normal que pessoas que não estão acostumadas com a altitude sintam alguma coisa quando o ônibus se aproximar de Potosi, a cidade está situada em uma altitude considerável principalmente para quem nunca se expôs a isto. Uma dica aqui é: tenha folhas de coca na mochila e se preferir compre soroche pills (pilulas contra mal de altitude em alguma farmácia). Potosi é uma cidade de arquitetura forte, contando inclusive com uma catedral em estilo gótico que é patrimônio mundial da Unesco. A cidade contrasta em muito com Sucre, Potosi é simples, com pessoas de baixa renda e escolaridade e bem suja. Muitos mochileiros usam Potosi apenas como passagem, alguns outros optam por fazer o famosos passeio das minas, onde é possível passar um bom tempo a cerca de 400metros embaixo da terra junto com os mineiros, para quem for encarar esse passeio vale a pena levar roupas velhas somente para esta visita – elas ficarão acabadas… Outro costume normal é levar presentes para os mineiros, geralmente fumo ou bebidas alcoólicas. É normal alguns turistas comprarem dinamite para que ela seja explodida dentro da mina, cada um com a sua loucura…

Potosi, próximo ao Ex-Terminal

Potosi, próximo ao Ex-Terminal

Ficamos mais tempo do que desejávamos em Potosi, por dois motivos: (1) demoramos mais tempo do que desejávamos no caminho por causa da criação do novo terminal! Potosi, assim como Santa Cruz de la Sierra, conta atualmente com dois terminais de ônibus, um novo e o ex-terminal. Os ônibus que saem de Sucre rumo a Potosi fazem ponto final no terminal novo, de onde você vai para qualquer lugar, menos para Uyuni!! Assim sendo, tivemos que pegar um taxi até o ex-teminal de Potosi. que felizmente custou apenas 5 bolivianos! Menos de 1 dólar!! Falando em ônibus e afins, uma dia: em todos os terminais na Bolívia você paga uma “taxa de uso do terminal” portanto se informe e não deixe para pegar o ônibus em cima da hora ou terá que sair correndo para pagar a taxa em algum guichê…

Motivo (2): Quando chegamos no ex-terminal ficamos sabendo que não estavam saindo ônibus para Potosi por causa da neve na estrada, nenhum veículo estava indo ou vindo de Uyuni… Legal isso! Sendo assim não tinha como fazer nada, resolvemos ficar num hostel vagabundo próximo ao ex-terminal (90 bolivianos o quarto de casal com banheiro) e reservarmos logo as passagens para o dia seguinte. Uma nota sobre o hostel, ficar no 4º andar, sem elevador, em um local com quase 4000m de altitude e subir de escada carregando quase 25kg em duas mochilas não é agradável, mas valeu pela aclimatação!!

Potosi, próximo ao Ex-Terminal

Potosi, próximo ao Ex-Terminal e a loja da TransExpresso onde compramos a passagem para Uyuni

Uma senhora que trabalhava numa loja em frente ao ex-terminal nos garantiu que no dia seguinte teria um ônibus para Uyuni de manhã cedo! Ok, nada é garantido na Bolívia, mas ainda assim pagamos para ver, ou melhor, para ir – passagens reservadas para as 09h da manhã, pela Trans Expresso, custo 40Bs cada.

Almoçamos em Potosi num lugar fajuto demais e depois fomos pro quarto ajustar as coisas para amanhã e encarar um bom banho.

Anoitecer em Potosi

Anoitecer em Potosi

Acordamos e descemos para a loja que fica em frente ao ex-terminal, a senhora da loja confirmou a saída do ônibus e então atravessamos para o ex-terminal. Um tempo de espera entre olhares curiosos das crianças locais – culpa da Ecohead, acho – e conversas de outros mochileiros que esperavam o mesmo ônibus. Um pouco depois do horário o ônibus aparece, bom ônibus aliás – para os padrões bolivianos. A minha lembrança deste trecho da viagem não era muito boa, em 2009 fizemos ele a noite, num micro ônibus fretado para nós e mais alguns bolivianos, chegamos em Uyuni de madrugada, com muito frio e eu passei mal no caminho por causa da descida rápida e do ônibus abafado… Desta vez a viagem foi mais tranquila, saímos de Potosi de manhã cedo, as 09 da manhã e chegamos em Uyuni as 15:20 do dia 06 de julho. Um diferencial bonito desta vez foi a neve ao longo da estrada, trechos com mais de 20 ou 30 cm de neve!, o que geralmente é um caminho com paisagens arenosas e muitas pedras estava com outro aspecto por causa da neve… Este ano Uyuni seria diferente…

Potosi é uma cidade que não merece muito mais que um dia de visita e que pode ser cortada do roteiro dos mochileiros sem grandes perdas – pelo menos na minha opinião pessoal. No próximo post Uyuni e o famoso Salar, o deserto de sal no sul da Bolívia!

Highlights da nossa passagem por Potosi…

Trekker, montanhista, mochileiro e ciclista. Pratica esportes outdoor desde 1990. Apaixonado por equipamentos, fotografia, viagens, ciclismo, cerveja e tecnologia.

3 Comentários

  1. Caro Mario,

    Ola, como vai?
    Mando a mensagem querendo discordar da sua opiniao quanto a beleza de Potosi.
    Eu fiquei dois dias na cidade e basicamente so consegui conhecer as Minas, mas gostei da cidade, da energia. Gostei de chegar na cidade de onibus(so chegar na cidada, pois a viagem é realmente horrivel vindo de Santa cruz) e observar como tudo estava literalmente no topo das montanhas.

    A feiura de lixo nas ruas e ser feia na entrada urbana eu vi em todas as cidades razoalvendo grandes da bolivia.
    Sei la, no final queria ter ficado mais dois dias na cidade para ver o que passa por la.

    é basicamente isso,

    ps.: Mandei aquelas mensagens de equipamentos. No fim tive que trabalhar muito e tive pouco tempo. Comprei duas toalhas de trekking, uns 4 pares de boas meias. um fogareiro top. um isolante tb top. segunda peles, uns polares, um canivete suiço adventure e mais uns pequenos itens. Arrempendimento foi mais de nao ter comprado um barraca top. cest la vie!

  2. Grande Yuri, Potosi não desce na minha garganta, acho ela muito feia realmente. A viagem entre Sta Cruz e Sucre é terrível, mas a estrada entre Sucre e Potosi é linda mesmo. Quanto as suas compras depois posta umas fotos lá no Andorinha! Eu comprei uma barraca da Marmot recentemente, ótima barraquinha. Au revoir!

    1. Acho que voce nao foi ao Centro centro da cidade. Ela é linda e Patrimônio da Unesco

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