Como acontece todo ano nos últimos 11 anos, neste mês está rolando a Mostra Internacional de Filmes de Montanha Banff aqui no Rio de Janeiro, no Cine Odeon. São 3 noites dedicadas a exibição de filmes de montanha e de outros esportes radicais. Neste primeiro dia tivemos a exibição de 7 vídeos – se contarmos com o documentário Caminhos da Mantiqueira e com o pequeno vídeo de homenagem ao Bernardo Collares que faleceu este ano na Patagônia durante um incidente no Fitz Roy.
A mostra começou com uma homenagem ao Bernardo, um discurso feito pela sua mãe no palco do Odeon que emocionou algumas pessoas, inclusive eu e o Alexandre Diniz, apresentador da Mostra. Após a leitura do texto, feita com muito bom humor pela mãe do Berna, foi exibido um vídeo curto com algumas imagens que mostravam o lado brincalhão do Bernardo, um vídeo que terminava com a frase: “A vida é curta, então curta a vida”, é isso aí…
Logo depois foi exibido o documentário nacional “Caminhos da Mantiqueira”, que fala da serra e das pessoas que moram nesta região de divisa entre os estados do Rio, Minas e São Paulo. Esta sessão foi gratuita e aberta ao público. Eu esperava outra coisa do documentário, feito por Galileu Garcia Jr, esperava um filme um tanto sem graça – e fico muito feliz em dizer que me enganei totalmente. Caminhos da Mantiqueira é um filme gostoso de ver, que mostra os causos, a história, a natureza e os esportes ao redor das cidades que estão na Mantiqueira. Bem filmado, com uma trilha gostosa de ouvir e belas imagens, definitivamente um filme para termos em casa. Aliás para quem quiser comprar o filme ou o livro do projeto “Caminhos da Mantiqueira” basta acessar o site através do endereço www.caminhosdamantiqueira.com.br.
Após a exibição do “Caminhos da Mantiqueira” nós saímos e já encontramos uma boa fila do lado de fora, era hora de enfrentar a fila para vermos a primeira sessão da mostra competitiva, os filmes que são votados pelo público para concorrer na premiação que acontece no final da Mostra.
Banff Rio Mostra Competitiva – 12/11/11 – 19h
Aconcágua – Despertando Potenciais
Apesar das boas imagens o filme paulista de 2011 pecou na edição que ficou básica e com “cara de PowerPoint” segundo um amigo nosso comentou. Além disso o autor alongou o filme (58 min) deixando ele um pouco chato no final. Mesmo com as lindas imagens e com a trilha sonora batida mas agradável do Eddie Vedder o filme não empolgou a platéia e não deve levar muitos votos, inclusive um “obrigado, Senhor” foi dito pela platéia no final da exibição, rsrsrs!
Tepui – Escalada ao Salto Angel
Big Wall, grandes nomes do montanhismo brasileiro, belas imagens, uma boa edição e trilha sonora bem ajustada. Com esses atributos e uma boa duração (25 min) este filme mostra a escalada do Salto Angel, a maior cachoeira do mundo, situada em um tepui na Venezuela. Contando com nomes como Waldemar Niclevicz, Sérgio Tartari e Edemilson Padilha mostra a conquista de uma via de 1000 metros de extensão em 17 dias de investida. Tempo na medida, imagens empolgantes, trilha sonora bem escolhida e alguns comentários divertidos. Tepui arrancou aplausos mais fervorosos da platéia e levou meu voto nesta sessão, e na minha opinião até agora se mostra um forte concorrente.
Abaixo o filme na íntegra – mas com uma edição diferente da exibida na mostra, esta é mais longa tem 39 minutos, a versão exibida na mostra é mais dinâmica:
Banff Rio Mostra Competitiva – 12/11/11 – 21h
Nesta segunda parte da mostra do dia 12 foram exibidos 3 filmes e eu esbarrei na primeira dúvida para escolher entre dois bons filmes.
Blocos A2
Blocos A2 é um filmes de 6 minutos que mostra a paixão de um casal pelos boulders da Urca. Bem editado e com algumas belas imagens o filme não empolgou mas também não chateou a platéia, mas faltou tempero para fazer de Blocos um bom curta. Na minha opinião foi fraco justamente por isso, passou meio que em branco… Confira o trailer do Blocos A2 aqui.
A Terra da Lua Partida
Neste documentário de 52 minutos Marcos Negrão e André Rangel mostram o dilema de uma tribo nômade do Himalaia que sofre com a dúvida entre se manter na terra dos seus ancestrais ou migrar para cidade, o que os força a pensar na migração é a seca extrema causada pelas mudanças climáticas que estão acontecendo no planeta e que são acentuadas na região. Essa é uma produção com cara de filme estrangeiro, muito bem editada e vencedora de vários prêmios, a produção conta com uma trilha empolgante e lindas imagens, mas mesmo assim não conquistou a platéia, porém deixou sua mensagem bem clara e com certeza provocou algumas reflexões no público presente. Eu gostei bastante e fiquei bem dividido entre este e o próximo filme no momento da votação.
Montanha Serra Verde Mato
O filme mineiro de 20 minutos descreve uma coisa que todo montanhista, paraglider, biker e afins sente. Uma necessidade de fugir da selva de concreto das cidades e aliviar o stress em alguma montanha ou mato por aí. O título do filme já deixa clara esta ideia da necessidade primal de algumas pessoas em voltar para as origens e se refugiar na montanha, na serra ou no verde mato… Bem editado mas em ser uma super produção, o curta levou meu voto nesta sessão por causa do tempo certo, da empolgação e da mineirice dos participantes do vídeo, que divertiu a platéia com os “ocês” de um participante. Confira o trailer de Montanha Serra Verde Mato.
Resumo
Essa primeira noite da Mostra internacional de filmes de montanha trouxe boas surpresas como o Caminhos da Mantiqueira e mostrou um amadurecimento na produção dos filmes, com exceção do filme sobre o Aconcágua, os outros participantes desta noite foram bem produzidos, e mesmo com a mostra acontecendo no meio do feriadão o Odeon estava cheio com um público composto por famílias, casais e muita gente da montanha e dos esportes radicais. No dia 13 os filmes “Quanta Patagônia” e “Red Bull Psicobloc” parecem ser grandes candidatos ao título de bons filmes. Aguardem a nossa cobertura ao vivo da 11ª Mostra de Filmes de Montanha Banff Rio!
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